Códigos

Toc! Toc!
Tem alguém aí?
Psiu?!
Você me vê e não me escuta ou me escuta e não me vê?
Tic Tac! Tic Tac!
Relógio virtual na minha mente, que me enlouquece com
cada ruído que não seja o de seus passos chegando.
Os objetos parecem devoradores de minha alma, telefone
que não toca, seu cheiro que não exala para dentro de
meu ser e de forma plena... Sua voz que não escuto, a
televisão ligada que não pára em nenhum canal para
realmente me concentrar no que está passando.
Tum! Tum! Tum!
O toque forte de meu coração chega a gelar o peito, as
orelhas esquentam com ansiedade, angústia, ciúmes,
insegurança e solidão...
Energia que se esvai desnecessariamente...
O vento é forte em meus labirintos e apagam preciosas
tochas que servem como guias, acabo me perdendo em mim
mesmo...
Nessa solidão barulhenta escuto ao longe uma música que
conheço há anos...
Ela vem me relaxar e me restaurar...
Essa canção tem um nome, chama-se: O Nosso Amor.
22/12/2004 – 04h48min
Espera

São 04h50min...
Sentado em uma cafeteria, tomando um capuccino com
chantilly, ouvindo no discman uma música medieval, o
cinzeiro cheio de cinzas e cigarros semi-acabados.
Preciso esperar até às 05h45min para entrar no avião e
retornar para meu Lar... Camelot.
No aeroporto poucas pessoas transitam e muitas ainda
dormem...
Escuto uma tênue voz que se aproxima e pergunta: “O que
é o nome Xamã que está bordado em seu colete?”.
Levanto os olhos, paro de escrever e vejo uma senhora de
idade, com cabelos brancos e olhos azuis, parece uma
Duquesa.
Inicia-se um diálogo e meus ouvidos escutam uma vasta e
densa experiência de Vida em poucas palavras.
Aprendo mais um pouco para seguir minha Jornada.
Despedimos-nos e ela com sua maviosa voz, lança um olhar
altivo e alegre, despedindo-se de forma delicada e
sutil.
Aquieto-me e fico no meu barco passeando em inúmeras
lembranças de minha Vida...
Ouvindo música que me recorda tempos de Excalibur...
Apenas sinto e deixo minha mente fluida e livre para
revoar e colorir...
O relógio agora está até mais leve.
Consegui parar de me preocupar com o tempo adiante e me
ocupo agora com o eterno instante.
O piano que ouço me envolve e me transporta para dentro
de mim, para o oceano de sentimentos que tenho.
Apenas sinto cada nota, cada sentimento, cada bater dos
cascos do Centauro que sou.
22/12/2004 - 05h38min
Revelação

Na Jornada de
nossos labirintos, encontramos nossa liberdade...
Liberdade...
Plena?
Não acredito na plena soltura dos grilhões...
Sensação plena?
Sim...
Acredito no vôo singular de cada um...
Labirintos...
Temores de muitos...
Encantos de muitos...
Saga de alguns...
Caminhada permeada pelos intensos e densos conflitos,
Sentindo um sem fim desenfreado de sentimentos,
apenas um consegue ter sua forma clara, expressiva e
contundente:
A angústia...
Angústia...
Força motriz,
para o aprisionamento ou para a amplitude...
Aprisionamento...
Chafurdar-me em uma morbidez de fragmentações...
Amplitude...
Movimentando-me, lançando-me em mim,
no mundo...
Dos labirintos...
Caminhando pelas sombras criadas,
como também por àquelas ancestrais...
Passo a passo,
apenas com uma tênue, mas suficiente e necessária
centelha...
Sendo bússola de mim mesmo,
descolando colagens do mundo.
Aquietando-me no som de cada passo dado,
suscitando o desejo do próximo passo a ser dado...
Como um Nagual,
descubro...
Como um Peregrino,
descubro...
Como um Centauro,
descubro...
E escuto como o som de uma flauta,
o eco de minha alma...
Preciso do Nagual,
do Peregrino,
do Centauro...
Meus nicks,
couraças de minha Alma...
Nesta estrutura sem finitude,
surge minha essência em um movimento de mandala...
A essência de meu nome...
A origem...
A mola propulsora que tatua minha identidade...
Chama-se...
Thales.

http://geocities.yahoo.com.br/thalesperegrino/

Música: Greens Leeves

Voltar
Menu
Art by
Ligi@Tomarchio®
|