Ensina-me...

Ensina-me a
não banalização da vida com poesia
Ensina-me a dobrar as falsas margens das más espirais do
tempo
Ensina-me a não quebrar as estatuetas "preciosas" dos
que julgam...
[e julgam]
Ensina-me a voar nas asas dos sonhos do vento
Ensina-me a navegar sobre a geografia poetica_mente
Ensina-me a beijar no dorso das nuvens junto aos fatos
reais
Ensina-me a enxergar o brilho do florescimento dos
topázios
Ensina-me a separar o joio e colher o trigo sob a luz
das estrelas
Ensina-me a dar valor a todas as flores nos jardins com
coragem
Ensina-me a não abandonar as casas modestas
Ensina-me a fixar o olhar dos anjos fornecendo colo aos
desertos
Ensina-me a não sorrir perante os cometas decadentes
Ensina-me a sentir o calor das transparências nas linhas
das tuas mãos
Ensina-me pisar nas brasas calejando a sola dos pés sem
derramar
[tantas lágrimas]
Ensina-me deitar palavras sobre os tapetes
verde-esmeralda
Ensina-me a admirar tuas fagulhas... sol em dias
nublados
Ensina-me a queimar por dentro diante dos ecos da última
rosa
[no outono]
Ensina-me a não tomar a pena colorida ou não em vão
Ensina-me a me tornar A costela que voltará ao pó na
terra dos Adões
Rosangela_Aliberti
Está quente, está frio ou está morno?

A cor negra, pode ser vista
como ausência de cor em alguns aspectos é sinal de
perdas, em alguns países ao contrário do Japão, branco é
luto; para um pintor a cor negra ‘perfeita’ é obtida com
a junção do azul intenso (onda de alcance curto) em
geral unindo outras duas tonalidades. Se tudo fosse
branco a vida com certeza seria bem monótona, o branco
recordando o Disco de Newton é obtido através da junção
das cores do arco-íris podendo "carregar" o símbolo da
"pureza".
Branco, preto, são neutros assim como alguns tons
acinzentados e amarronzados. Se a indiferença tivesse
uma cor qual seria?
E a transparência teria seus próprios níveis...?
Posições do corpo
Sob o azul
sobre o azul
subazul
subsol
subsolo.
Cassiano Ricardo
...
Interessante que a vida nos ensina a ler poesias em
todos os sentidos, procurando um lado para se notar o
azul (uma cor considerada fria) que ao se misturar com
as ondas fortes (vermelhas) o vermelho nos remete a
impulsos enérgicos e com o controle do azul o resultado
recai no: Roxo.
Roxo de dor... roxo de luto/com_paixão... roxo em busca
das reservas de proteção.
Bizarro se verificar a necessidade momentânea das
pessoas em: ouvir, falar, ler, escrever, pesquisar,
pintar, fotografar... ver algo que diga a respeito ao
"bem", quando se necessita instintivamente reduzir as
doses
de maldade ou acrescentar mais pitadas de "bem" dentro
de si; tanto quanto a necessidade de ouvir, falar...
enxergar algo sobre o "mal" para despertarem um pouco
mais do que é "vil" ou talvez estejam tateando no
restante do bem que possa existir dentro de si. Claro
que, aqui também estamos nos referindo aos movimentos
das tensões e das intenções intrínsecas, afinal o ser
humano em primeiro instante necessita convencer
a si mesmo de alguma coisa. Há pessoas que não percebem
bem este movimento interior procurando respostas
reflexos nos espelhos dos outros, como se a roda
estivesse girando em busca ou em torno de alguma cor.
Um dia me disseram: quando você "lê" algo que remete a
sentimentos positivos ou de bondade é porque você deseja
fixar ou compreender o que é o Bem (?) ...um "lado bom"
que pode ou não estar sendo fixado no
que diz respeito a organização da Flexibilidade, onde o
ser humano é inteiramente responsável ao que se
relaciona com o seu mundo interior.
Não vou me estender ao mal, pois o lado sombrio é nato
no ser humano. Como diria André Guide: "É muito mais
fácil liderar homens ao combate de guerra do que
acalmá-los e dirigí-los para o paciente e doloroso parto
da paz." Nem sempre o que é bom para mim pode ser ideal
para o outro, duvide sempre que "todas pessoas" possam
lhe amar, pois há fases em que as próprias pessoas não
se amam. Até o verbo amar é digno de admiração, como
amamos? Como gostaríamos de sermos, amados.
Um "belo dia" se descobre que falar e soletrar frases
como se fossem versículos bíblicos, é muito diferente do
que sentir todas as cores girando em torno da pele, cuja
a "percepção" embaçada passa por cima de como
gostaríamos que fossemos tratados.
Às vezes se pode passar os olhos em "textos" com a
nítida sensação de nos vermos mergulhados em um mar
vermelho (quente!), outros não nos dizem absolutamente
nada, outros parecem que se confundem com as nossas
emoções, outros nos aliviam... alguns avaliam nosso
índice de compreensão e assim por diante... São textos
que "batem" com determinados momentos de vida, os quais
pintamos as cores que nos são próprias... a luz do fim
do nosso túnel recai em: morte, estagnação ou "vida" de
acordo com as cores que pintamos o que há ao nosso redor
indo de encontro com a "harmonização" de nossos estados
internos, na balança compondo o
espectro de luzes suficiente para o nosso presente:
EQUILÍBRIO.
Rosangela_Aliberti
O TAO

por detrás de toda janela aberta
há um convite
para mais de duas notas musicais
que somente os olhos das Crianças
dos anciãos e a alma dos pássaros
conseguem decifrar...
gato: entre a indiferença exacerbada
Olhe como se fosse um cão
cão: entre a amabilidade excessiva
Olhe como se fosse um gato
gato: entre o individualismo egoístico
Olhe como se fosse um cão
cão: entre a fidelidade extremamente melosa
Olhe como se fosse um gato
gato: entre a insociabilidade solitária
Olhe como se fosse um cão
O TAO
'tal dono, tal cão'
'tal gato, tal dono'
por detrás de toda janela aberta
há um convite
para mais de duas notas musicais
que somente os olhos das crianças
dos anciãos e a alma das aves
conseguem decifrar...
Rosangela_Aliberti
www.rosangelaliberti.recantodasletras.com.br

Música: Gophinatha
Shri Namarita

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