Jorge Humberto

Nascido numa aldeia Portuguesa
dos arredores de Lisboa,
de nome Santa-Iria-de-Azóia, filho único,
cedo mostrou a sua sensibilidade para as artes, e apurado
sentido estético.
Nos estudos completou o 6º ano de escolaridade, indo depois
trabalhar para uma pequena oficina de automóveis, no aprendizado
de pintor-auto.
A poesia surgiu num processo natural da sua evolução
enquanto homem, e a meio a agruras e novos caminhos
apresentados, foi sempre esta a sua forma de expressão por
eleição.
Auto didacta e perfeccionista (um mal comum a todos os
artistas), desenvolveu e criou de raiz 8 livros de poesia,
acumulando
ainda mais algumas centenas de folhas com textos seus,
que esperam inertes num fundo de gaveta a tão desejada e
esperada edição, isto num país onde apostar na cultura,
é quase que crime de lesa pátria.
Jorge Humberto
Ecce Homo
Do mais alto de mim fui poeta... insinuei-me ao homem...
E realizo-me a cada dia ser consciente de muitos.
Quis a lei que fosse Jorge e Humberto, por conjugação
De um facto, passados anos ainda me duvido...
Na orla do Tejo sou Lisboa... e no mar ao largo o que houver.
A DANÇA
DAS ANDORINHAS

De mil sinfonias e acordes
Distintos,
São as tardes de Primavera,
Conheço-lhes as asas,
Como as pétalas em seu fechar,
Pois, eis que é vinda a noite,
Eis que são as flores a descansar.
E já o azul se inebria de cinzas,
E os gatos são estas sombras,
Como restos diurnos a procurar,
O olho altivo dos candeeiros.
Mas, ó pena minha,
No ir da tarde, que se fez noite,
Como se fora nuances,
De outras tantas corzinhas,
É que me fica a tristeza destes bueiros,
Pelo súbito calar das andorinhas.
DE ALGODÃO É A
REALIDADE

Lá fora a noite
segue tranquila.
Há respirações trazidas de uma infância,
à muito perdida, e tudo é pleno,
revigorante e suave,
surpreendentemente suave,
como essas águas que vejo correndo,
num rio compreensivo e correcto,
concreto...
e ponho seda nas estrelas,
algodão no esmiuçar das nuvens,
fragmentos deste meu querer
desenhando formas e sonhos,
um sorriso, de quem afaga, com os olhos,
os olhos que quer ver.
BRANCAS MANHÃS

Nas árvores as
manhãs,
Na luz o sabor,
Das largas maçãs,
Grávidas de cor...
Das brancas manhãs,
Com sons à disputa,
Janelas e romãs,
Num cesto de fruta.

Portugal/Brasil

Música: La Campenella, de
Paganini

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