És meu amor!

Hoje acordei pensando em ti,
e neste pensamento
apresentavas-te garboso, lindo, sorrindo.
Teu rosto emanava luzes do céu
numa candura sem igual, que...
não me contive e beijei-te a fronte e...
depois,
inteiramente...
Teus lábios harmoniosos, quentes procuravam os
meus,
e neste idílio ficamos por muito tempo,
maravilhados, bobos, como duas crianças
inocentes...
Olhávamos, olhos nos olhos,
e o amor foi crescendo... renascendo...
Estavas lindo!
A luz adentrando pelas frestas da janela,
refletia e brilhava
os teus cabelos meio grisalhos que eu acariciava
saudosamente...
Os fios brancos pareciam gotas
brilhantes como num dia de chuva de verão
o Sol a tocar nos pingos...
Tudo era magia, fantástico momento!
Teu olhar... ah, teu olhar!
Como em época atrás,
ao conhecer-te cantando as mais lindas
canções de amor, meu coração
novamente teve vontade de enamorar-se.
E assim, aos poucos as lembranças
foram pacificando minha mente
na maior sinfonia de amor.
Recordei-me, sentada numa cadeira de uma
simples
mesa de salão,
ressoando a mesma canção que cantavas...
Nossos olhares encontraram-se e deram inicio
ao vôo majestoso como dos pássaros em
busca de seus amantes...
O amor aconteceu...
E assim, minha vida encheu-se de alegrias, glórias,
fortalezas, primavera, outono, verão e
não houve inverno,
porque aquecias-me com tua presença
encantadora...
Numa noite fria, chuvosa,
apareceste para comigo dançar.
Ah, que satisfação!
Que suavidade!
Era o momento exato de apaixonar-se!...
Senti teu corpo juntinho ao meu
no embalar das notas musicais
e nas ondas do nosso coração
a palpitar...
Te amei, como nunca!
Teu jeito, teu olhar, teus gestos harmoniosos,
teu modo de falar.
Encantou-me enchendo-me de emoções...
Quanta alegria, quantos momentos vividos
que o coração não esquece...
Cada dia era um novo amanhecer
repleto de surpresas...da grande vontade
de viver...
Como foi gostoso te amar...
Como foi bom os momentos de amor
em todos os lugares que estivemos,
que eram só nossos...
Hoje, acordei pensando em ti!...
Te senti ao meu lado.
Esta paz, esta emoção
quero sempre sentir porque,
sinto-te aqui
juntinho de mim.
E neste êxtase, é claro
sempre estaremos juntos, a nos amar,
porque nossa alma exige e quer,
sempre nas mais lindas
canções de amor
que tu cantar!
As rosas... Ah! As
rosas...

O perfume destas
rosas
que no jardim da vida senti,
embalou meus sonhos em criança,
na juventude e agora no
crepúsculo de uma vida enfim...
Haviam rosas amarelas
da esperança guardada,
rosas vermelhas
que o amor deslumbrava e
afinal... as rosas brancas
que a paz contemplava...
Exalando por todo o meu ser
fez-me crescer no amor,
na esperança, na vida enfim...
Seus espinhos impregnados
foram aos poucos cedendo
à magia do tempo,
enfraquecendo...
Mas cadê as rosas azuis
com seus encantos sutis
criadas pelas mãos do homem?
Estas estavam escondidas
que prometeram serenidade
como a tal felicidade...
Hoje ainda as vejo tão bela,
com o Sol irradiando em suas pétalas
e perfumando outros caminhos.
Caminhos da solidão,
das ruas desertas,
das manhãs nevoadas,
das noites frias,
da escuridão...
Mas o importante é que
ainda perfuma
este meu manso coração...
Pedaços de poema
Aurora Faggi &
Alberto Peyrano

Sentira vontade
louca de fazer um poema...
Fazer um poema tão terno
como as árvores no inverno.
Era manhã linda de primavera
com silêncio nas bocas mais nos olhos um som.
As flores sorriam para mim
e o vento dançava divertido em teus cabelos.
O sol banhava minha pele adormecida
e preenchendo tua mão com a minha
no tempo entre flores e jasmins,
passou sem perceber as estações.
Queria sim fazer um poema...
Um poema que tivesse as letras dos teus olhos,
que falasse coisas que jamais alguém disse,
como quando te olho devagarinho e não te falo,
esquecendo a alegria dos momentos
nossos, levados pelos sons que nós sentimos
de intensa felicidade...
Mais a tarde chegou
com sua intensa promessa de final.
E a despedida entre lágrimas caídas
abrindo os túneis
dos olhos meus,
ficou no nosso coração
como um diamante dormido.
Deitei-me na rede, na serena varanda
que tantas vezes albergou nossos risos,
e no balanço dos meus sonhos
já desvairada na boca da noite,
comecei a compor,
com o bater baixinho do meu peito magoado.
Ah, era tão lindo!...
Tinha tantos ecos do nosso rir de borboletas
que a própria natureza se encantou!
E eu amei aos pardais que já me aparceiravam
num beijo sorriram para mim e me acariciaram.
E o jeito de céu nos teus olhos
ficou sempre em mim...
Ouvi o canto melodioso
sem dúvidas tingidos de antigas lendas
dos rouxinóis em revoadas,
e espalhei com uma olhada de minha alma,
os beija-flores beijando sua amada,
eternamente cantando apaixonados suas toadas.
E as flores desabrochando num abraço
como se fossem bocas beijando desde longe
respondendo aos cumprimentos do Sol!...
Beleza na tarde silenciosa e permanente...
Tudo em minha volta parecia ajudar
com terna e intima sabedoria
a concretizar este meu sonho de poeta.
Dormindo sobre o orvalho notívago e teimoso
senti minha alma enternecida
como se fosse de um anjo,
uma pena que o vento levantou,
leve, solta, buscando visionar
e unir-me novamente.
Nas nuvens, a imagem da brincadeira
da alegria imensa e nunca saciada
dos eternos namorados,
permanentemente abraçados e sonhando.
E assim dei inicio ao meu vôo
devagarinho e
almejado
ao mesmo tempo.
Minha mente rabiscando aquele papel
onde a letra lacrimosa
rasou as fronteiras da noite,
de forma comovente a canção
ressoando entre as páginas
o amor foi nascendo...
Assim , como um imenso hino
já estava quase terminando
na tarde silenciosa,
quando ouvi uma voz
não esquecida entre os anos
sussurrando...
sussurrando...
Ah, desilusão!
Ah, aquela voz!
Ao concluir meu poema
esgotou-se meu sangue na cantiga.
Tudo emudeceu.
Tudo ensombreceu.
O meu talento desapareceu...
A minha voz ficou sem voz...
Procurei reagir, gritei bem alto para
que pudesse
o meu coração ouvir: "prossegue!"
"Não abaixes os braços, prossegue!"
Mas não consegui
e os braços abaixei.
O desespero tomou conta de mim
a boca da noite devorou-me.
Sim...
Porque és um fantasma que
sem estar presente
não sai deste jardim
árido e deserto
que é meu pobre coração
sem forças.
Sinceramente compreendi que tu és
um grande sonho fantasioso em minha vida,
a minha glória,
o meu tremor inconsistente,
a minha crença
e também a minha religião...
O meu jeito de sentir o amor,
o meu jeito de acreditar na vida,
o meu encanto primaveril, amenizando
e dado repouso à
minha dor
e a minha solidão.
Sem ti,
sou uma poeta sem valor
que escreve estrofes no papel do ar
sem coração
e sem razão.
Sem teu amor, sem tua presença,
sem teu olhar que acaricia meu olhar
meus versos, nem versos são...
Não sou ninguém.
Quando percebi tua ausência
com pedaços de consciência obnubilada,
algo atormentou meu pensamento que
intentou acreditar que
de ti havia desaparecido
como uma folha no confim do bosque.
Não consegui o poema terminar.
Não consegui a minha alma acalmar.
Recordei os momentos de emoções,
de intenso amor
de união dos nossos corações
com lágrimas contidas e me pus a chorar.
Em silêncio e sem auroras,
rasguei em pedaços o poema tão lindo...
-a minha alma rasguei-
...e joguei-os ao chão
mergulhando-o na lama.
O Sol que brilhava se escondeu,
um eclipse na alma começou.
Os pássaros amedrontados emudeceram
a noite avizinhou-se.
As flores que sorriam murcharam...
a fonte também calou seu canto.
Quis gritar meu coração
com seu rouco grito agonizante,
suplicar para que eu continuasse
embora sozinha no caminho
e derrotasse a minha emoção,
numa amarga vitória cotidiana.
Mas nunca meu poema seria completo
nem poderia já terminá-lo, porque...
a tua imagem...
Era a minha inspiração!...

Música: As Rosas

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