Miriam Panighel Carvalho

Meu nome é Miriam Lima Panighel de Campos
Carvalho, mas assino apenas Miriam Panighel Carvalho.
Nascida, criada e residente em São Paulo, capital. Advogada,
formada pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da
Universidade de São Paulo (FDUSP) , o que me causa muito
orgulho, e pela Faculdade de Letras do Instituto Presbiteriano
Mackenzie, também em São Paulo. Amo o nosso idioma, adoro ler e
escrever... Esse é um dos caminhos que sigo para dialogar com
Deus!
“BUBBLING”

Eu
sou um mistério inquieto
Na efervescência da vida
Sou também amor secreto
E paixão endoidecida
Vago por todo este mundo
Esfuziante, vigorosa
Amo sôfrego, profundo,
Torno-me presa dengosa
Misto de santa e profana
Cá dentro de mim aflora
Uma força sobre-humana...
É a poção do amor que exora
E se a paixão tergiversa
Sei me render cedo ou tarde
Pois existe quem impeça
"Este meu fogo que arde?"
Miriam Panighel Carvalho
“SOPA DE LÁGRIMAS”
(In memoriam às vítimas
do acidente da TAM)

O relógio marcava 17:30min. Quando o
telefone tocou, a mulher já sabia quem era. Atendeu. Um
largo sorriso iluminava-lhe o semblante.
"Mãe? Faz pra mim aquela sopinha que só você sabe fazer
tão bem”?
Olhos brilhantes de satisfação, a mulher aquiesceu
feliz. Tão logo desligou, pôs-se a separar os
ingredientes para a sopa. Sorriu novamente. Ainda
"ouvia" a voz do filho.
Por volta das 18:30 ligou a tv enquanto cozinhava. O
silêncio da casa foi quebrado pelo som de gritos e
sirenes. Eram 19hs. Imensas labaredas lambiam as paredes
do prédio em que o Airbus da Tam se chocou. Explosões
sucessivas aumentavam as chamas. Gigantescas cortinas de
fumaça negra dificultavam a visão dos bombeiros.
Horrorizada, pensou no filho e sentiu um forte aperto no
coração. Grossas lágrimas saltavam-lhe dos olhos e caiam
diretamente na sopa que, num gesto mecânico, ela ainda
mexia.
Seguiu-se outra explosão e o fogo tomou conta de todo o
prédio onde seu filho trabalhava. Correu para o telefone
e, trêmula, discou o número do rapaz. Um apito, nada
mais.
Tresloucada, ganhou as ruas, correndo sem rumo. Os
vizinhos bem que tentaram, mas não conseguiram detê-la.
Através da porta aberta quem passasse podia ouvir a tv
ligada.
No fogão, a sopa fria...
Miriam Panighel Carvalho
Não tira esses óculos!

Mulher, não tira
esses óculos
Tira o supérfluo, apenas...
Vem, que entre amplexos e ósculos
Enlouqueces teu mecenas!
Dos óculos, usa e abusa
E não me priva de nada
Lembra-te!És tu minha musa
Anjo meu, fera danada!
É que quando te imagino
Ponho-me doido... Ah!Capice?
Ma che bello desatino:
Seus óculos, meu fetiche...
Sai da insossa fase zen
Mostra todo o teu ardor
De vez em sempre faz bem
Esquentarmos o motor"...
Deixa que eu prove o tempero
Que exalas no teu suor
Que em tua pele o meu cheiro
Misture com teu sabor
Exaura-me com fervor
Na balada sensual
Cadenciada do amor
Inocente e animal...
Bella donna, donna bella
Eletriza, sai do "zen"
Extrapola, te revela
Forti, fortissimo...vem!
Miriam Panighel Carvalho
http://www.osmoinhosdosmeuspensamentos.blogspot.com/

Música: Mummer's Dance, by
Loreena MacKennitt

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