Amor a dois

Meu
amor, segurei a tua mão
Acelerei sua respiração
Vi o seu olhar, escutei seu coração...
No meu covo íntimo, senti sua emoção
Sussurrei em seu ouvido
e com esse teu jeito, garrido e sentido,
Parecendo um desconhecido,
Te contei sonhos já vividos.
A noite rompeu a madrugada e se fez dia
Minh'alma eu despi, me embeveci
Me encantei... Te conheci
No melhor dia em que vivi.
Joguei fora a cautela, a timidez
Me enchi de euforia, te senti
Quando finalmente em seus braços
Mulher, amada, amante me descobri
Saí da utopia e vivi a realidade..
Descobri sua verdade
Vi a cor do teu calor
Saciei minha vontade
Ouvi o teu gemido
Fiz de mim o seu abrigo
Você sentiu prazer comigo
Eu me embalei e me embolei contigo.
Diante da noite encapuzada...
MEG KLOPPER
QUEM SOU EU?
HOMENAGEM AOS POETAS

Alguém que ama, que chora,
sofre e ri
Que adora liberdade, odeia impunidade
Acredita no ser humano, corre da maldade
Da infância distante, sente saudade.
Adora poesia, detesta água fria...
Gosta de música, arte, cinema, teatro
Da madrugada, da noite, da boemia
Da conversa de bar, não existe melhor lugar.
Que escreve, se esforça e se lança
Naquilo que aumenta o prazer de amar.
Nem sempre o que faz é firme, balança
Mas caminha sozinha no mundo a sonhar.
Sou quem ama Carlos Drummond que tinha uma pedra no
caminho;
Que se encanta com o Guma do Jorge Amado e o amor da
Zélia.
Chora com as canções do Gonzaguinha, de se perder, de se
achar...
E com a mulher rendeira do Gonzagão que ele ensina a
namorar.
E em certos dias quando penso em minha gente, trago o
Vinicius na mente, e sinto assim todo meu peito se
apertar...
Pasmo com a poesia da Florbella Espanca que lê
no misterioso livro do teu ser, a mesma história tantas
vezes lida.
Amo Cora Coralina, que fazia poemas de amor
tão meigos, tão ternos, tão teus... Não sei... se a vida
é curta...
Sou o Enigma de Clarice Lispector quando penso
Que "tenho várias caras. Uma é quase bonita,
Outra é quase feia. Sou um o quê? Acho que um quase
tudo, talvez.
Ando no rastro dos poetas, porém descalça
Quero sentir as sensações que deixaram por aí.
Canto as canções do Jobim e vejo o Corcovado,
o Cristo Redentor, a garota de Ipanema...
Como João Bosco e Aldir Blanc, procuro Henfil num rabo
de foguete...
Vejo um bêbado com chapeu-côco que me lembra o Carlitos.
Meu coração bate outra vez com a esperança do Cartola
E volto aos jardins para me queixar com as rosas
Fico em silêncio porque as rosas não falam,
exalam, simplesmente, o perfume que roubam de ti...
Do Mário Quintana, meu amado, existe um "Bilhete"
Pedindo que deixe em paz os passarinhos
Porque, se me quiseres, não gritará nos telhados
Me amará em paz, devagarinho, baixinho, porque
a vida é breve...vocês passarão e eu passarinho.
Enquanto isso, gritas em meus ouvidos e nada dizes
Deixa de me amar e faz meus dias passarem tristes
Entoa cobranças, me tira a esperança
Faz a vida mais do que breve, faz a vida vazia.
E Como Cecília Meireles, eu sou.
Em seu poema "Motivo da Rosa" ela ainda não sabe quem é,
e diz assim:
" Se eu nem sei quem sou,
como posso esperar que venha alguém gostar de mim?"
MEG KLOPPER
CAMINHO DA LUZ

Eu li no jornal e vi
na TV
Crianças inocentes...
Famílias desfeitas
Tantos seres humanos
Morrendo e com medo de morrer
Bombardeios, armas, metralhadoras
Objetos avassaladores inimigos do bem.
Explodiu o coração humano
Há sangue por toda parte
Ninguém é de ninguém
O mal vem vencendo o amor
Do ódio somos reféns.
Mas vi um menino sorrindo
Olhando meio triste, meio alegre para uma câmera
Os seus olhos refletiam a força e o brilho da esperança.
Eu pude enxergar nele a idéia de que é com as
crianças que está o futuro da terra...
A pureza do menino me fez mais alegre e confiante.
Minha oração foi ao encontro do divino
Para que a paz pudesse alcançar o coração do Homem
e que Ele pudesse encontrar em si mesmo a solidariedade
e o comprometimento com a construção da vida.
Somos desordeiros e criadores de caso, mas,
bem no fundo de nós, ainda existe um veio que nos
direciona ao invisível e ao desconhecido,
onde tudo é verdadeiramente e infinitamente melhor.
Não tocamos no invisível, apenas sentimos...
Não podemos desistir nunca! Somos seres humanos
em evolução constante a caminho da LUZ.
MEG KLOPPER
http://www.megklopper.recantodasletras.com.br

Música: A Day Without Rain,
by Enya

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