Nosso Amor de Ontem...

Nosso amor de ontem trouxe-me a certeza
do meu amor de hoje.
Não sei em que onda sonora viajei,
e em que esquina da vida, em que céu,
em que nuvem, ou estrela, eu o encontrei...
Ou, quem sabe, foi no redemoinho louco
que atiçou o vendaval,
ou mesmo nas ondas do mar...
quiçá, num temporal.
Nosso amor de ontem abraça-me o peito inerte,
inflamado como tumor
que precisa ser extirpado apenas...
para adormecer a dor.
Você se foi, contradizendo todas as promessas
de que jamais me deixaria.
Mas...é no nosso amor de ontem que eu acredito.
É em tudo que possa ter sido dito,
por mim e por você.
Nosso olhar...tão sedento de nós!
Hoje...é quase cegueira sem cura,
obstinado em nossa procura.
Nossos beijos selando nossas bocas
e consumando-nos os corpos,
na hora da entrega.
Perderam o gosto do mel,
Calaram nossos desejos!
Ah! o nosso amor.
De quantas saudades e lembranças haverei
de vivê-lo, agora?
Não, amado meu, eu me recuso a que me contem
que o nosso amor morreu.
Como a Fênix, das cinzas do passado eu o terei,
sempre, ao meu lado.
E os anos, as saudades que os remontem
Pois ... eu viverei , para sempre, do
Nosso Amor de Ontem!
Cida Valadares
Não Te Esqueças de Mim

Quando andares pelos caminhos que não acabam...
E o vento açoitar teu corpo e teu olhar cansado.
Em teus olhos as nuvens cobrirem a luz,
e em tua boca a saliva amarga te fizer
perceber e engolir o gosto de fel.
Sentirás o fulgor e a dor da saudade,
sobrevivente única de um passado,
com cheiro de flor e cor de carmim...
Não te esqueças de mim!
Quando o passar das estações sulcar tua pele
e envelhecer teu sorriso...
Tornar-te lânguido o caminhar e cobrir-te os
cabelos do grisalho fulgor do luar...
E sentires, ainda, que de nada podes estar à fim...
Não te esqueças de mim!
Quando teus amados e teus amores forem se indo de ti,
ou por mais que te vejas acompanhado, te sentires só...
Quando perceberes que as lembranças,
por mais que as queiras, mais se afastam de ti pois tua
memória
já não acalenta mais, tantas estórias ...
Sentires um vazio no peito...uma saudade sem jeito.
Uma saudade assim...
Como a que eu sinto de ti.
Não, não te esqueças de mim!
Cida Valadares
17/06/2009
Um Poema Para Dor

Ah, como dói esta dor de alma,
que pouco, ou nada mais pode fazer,
que suspira uma vontade...calma,
de ter de volta o que não se pode ter.
E a dor, aos poucos vai roendo,
com a fúria mansa de um manso furacão,
de todos os jeitos, mais e mais doendo,
falindo as forças do meu coração.
E esta alma poetiza como fase,
da lua que nem sequer apareceu,
sentindo falta do brilho em minha face
e de saber para onde fui ...onde estou eu?
Talvez entregue às mãos de uma saudade,
transparente e fina, como flor,
decorando, cada palavra, cada frase...
Para compor... um poema para a dor!
Cida Valadares
05/12/2008
www.arte.poesia.nom.br

Música: Rhapsodie Pour Deux
Voix, by Danielle Licari

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