PASSADO PRESENTE
Ligi@Tomarchio®

O amanhã sou eu:
paira em meu peito a dor
dúvida, renúncia, calúnia.

Através de espelhos mentirosos
sinto o pulsar
gestos lentos nascendo
arrancados das entranhas
que sufocavam, matavam.

Morri e matei
a esperança da maternidade.

Cruéis profissionais brancos
me colocaram no fundo do poço
e a ela, numa caixa de vidro.

Agulhas a espetam
apunhalam meu coração
sou perdão e maldição
ao arrancar a máscara
do oxigênio vital.

Renúncia por não poder tocar
culpa por não acariciar.

Cabe agora recompor
tanta tortura vã
presenteada pela vida.


 

 

  Música: Rhapsodie Pour Deux Voix, by DanielleLicari

 

 

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Editado por Ligi@Tomarchio®