PASSADO PRESENTE
Ligi@Tomarchio®
O amanhã sou eu:
paira em meu peito a dor
dúvida, renúncia, calúnia.
Através de espelhos mentirosos
sinto o pulsar
gestos lentos nascendo
arrancados das entranhas
que sufocavam, matavam.
Morri e matei
a esperança da maternidade.
Cruéis profissionais brancos
me colocaram no fundo do poço
e a ela, numa caixa de vidro.
Agulhas a espetam
apunhalam meu coração
sou perdão e maldição
ao arrancar a máscara
do oxigênio vital.
Renúncia por não poder tocar
culpa por não acariciar.
Cabe agora recompor
tanta tortura vã
presenteada pela vida.