

*Óleo sobre tela, de Portinari*
BIOGRAFIA
O Organizador da Semana de Arte
Moderna de 22
Intelectual e escritor paulista. Um dos maiores estudiosos de
folclore, música e literatura da história do país e um dos
organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922.
Mário Raul de Morais Andrade (9/10/1893 - 25/2/1945) nasce na
capital paulista e forma-se em música no Conservatório Dramático
e Musical de São Paulo. Sob o pseudônimo de Mário Sobral,
estréia na poesia com a obra pré-modernista Há uma Gota de
Sangue em Cada Poema (1917).
Além de poeta, é ficcionista, ensaísta, contista, folclorista,
professor, crítico literário e de artes. Corresponde-se com
vários escritores e pintores, como Manuel Bandeira e Anita
Malfatti. Organiza com Oswald de Andrade a Semana de Arte
Moderna de 1922. No mesmo ano publica Paulicéia Desvairada, cujo
"Prefácio Interessantíssimo" lança as bases estéticas do
modernismo. Colabora com as revistas Klaxon, Estética, Terra
Roxa e Outras Terras. Em 1925, seu livro de ensaios A Escrava
Que Não É Isaura o afirma como um dos grandes teóricos do
movimento. Três anos depois, em Macunaíma, traça um perfil do
brasileiro, com seus defeitos e virtudes, criando a saga do
"herói sem caráter", numa mistura de romance, epopéia,
mitologia, folclore e história. Escreve, entre outros livros,
Belasarte (1934), Aspectos da Literatura Brasileira (1943) e
Lira Paulistana (1946). Ao morrer, em São Paulo, deixa inacabada
a obra O Banquete, publicada postumamente.

CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
A obra de Mário de Andrade é indispensável para se entender
todas as faces da arte moderna pregada na Semana de 22, marco de
nosso Modernismo, á que ela se estende desde a poesia até o
romance e o conto, além de suas importantes teses sobre a
literatura em nosso país. Sua grande virtude está em quebrar com
o Parnasianismo da elite, criando uma nova linguagem literária,
mais brasileira . Trabalhando muito bem com a sonoridade das
palavras, Mário resgata em nossas letras um vocabulário que une
desde as palavras providas de línguas indígenas até os
neologismos e estrangeirismos dos bairros italianos de São
Paulo.
Com a semana de Arte Moderna, da qual foi um dos organizadores,
seu nome se projetou em todo o país como líder do Modernismo.
A poesia de Mário de Andrade mostra nítidos estágios de
evolução: seu primeiro livro, Há uma Gota de Sangue em Cada
Poema (1917), mostra poemas ainda num estilo mais conservador. A
preocupação é usar a poesia enquanto instrumento de paz e
denunciar os horrores da primeira guerra mundial. Os livros
Paulicéia Desvairada (1922) e Losango Cáqui (1926) já denotam
toda a sua tendência modernista: versos livres, linguagem solta
e lírica, nacionalismo exaltado, principalmente em sua paixão
declarada em cantar a cidade de São Paulo com toda a sua
agitação, seu barulho, e elementos como o cimento armado, a
garoa e a fumaça. São poemas que mostram a vida quotidiana, a
preocupação em descrever simples idéias e emoções, uso da ironia
e do poema-piada, a poesia-telegrama (poemas curtos, porém
providos sempre de grande significação), a montagem e a colagem
de imagens (características próprias da pintura de vanguarda) e
divulgação das idéias de vanguarda (Cubismo, Futurismo,
Dadaísmo, etc.). O livro Paulicéia Desvairada, primeira obra
poética modernista, já continha em seu início o famoso "Prefácio
Interessantíssimo": conjunto de idéias onde são expostas as
características do Modernismo.
O livro Clã do Jabuti (1927) já denota sua fase mais
nacionalista, na busca de uma identidade mais brasileira dentro
de sua poesia, com o vasto uso de nosso rico folclore,
conciliando as tradições africanas, indígenas e sertanejas. Já
sua última fase poética pode ser vista nos livros posteriores,
principalmente em Lira Paulistana (1946), onde se tem uma poesia
mais madura, pessoal, sem a ironia e a agitação dos primeiros
anos do Modernismo. Os poemas nessa fase são marcados por um tom
mais solene, sereno e triste.
Em prosa, destaque para os dois romances de Mário de Andrade:
Macunaíma (1928) e Amar, Verbo Intransitivo (1927). Em Macunaíma
está presente todo o seu nacionalismo e sua forte ligação com o
folclore. Há uma colagem de anedotas e lendas brasileiras, onde
as culturas do norte e do sul convivem juntas. O personagem
Macunaíma, anti-herói (ou "herói sem nenhum caráter", como
sugere o livro) serve de ponte para a fusão de todas as nossas
vertentes culturais, nossas tradições e expressões de linguagem.
Em Macunaíma Mário de Andrade faz uma brincadeira descreve o
surgimento das três raças que deram origem à população
brasileira .
"Macunaíma e seus dois irmãos Jiguê e Maanape, pretos retintos,
estavam no meio da mata quando Macuína enxergou numa lapa bem no
meio do rio cheia d’água. E cova era que nem a marca dum pé de
gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do
frio da água entrou e se lavou inteirinho. Mas a água era
encantada porque aquele buraco na lapa era a marca do pezão do
Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus para
indiada brasileira. Quando o herói saiu do banho estava branco e
de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele, (...) Nem bem
Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé .
Porém a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais
que Jiguê esfregasse fito maluco atirando na água para todos os
lados só conseguiu ficar com a cor bronze novo. (...) Maanape
então é que foi se lavar, mas Jiquê esborrifava toda a água
encantada para fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e
Maanape conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos . Por
isso ficou negro (...). Só que as palmas das mãos e dos pés dele
são vermelhas por terem se limpado na águas santa".
Em Amar, Verbo Intransitivo, há a denúncia da hipocrisia da
elite burguesa de São Paulo, bem como uma profunda análise
psicológica dos personagens que retoma as teorias de Freud e
desmistifica a relação familiar. O mesmo é constatado em muitos
de seus contos, porém com um cenário diferente: bairros
paulistas típicos ou suburbanos.
Mário de Andrade deixou ainda uma vasta lista de obras,
principalmente a respeito de Música e Folclore, bem como
correspondências a amigos e intelectuais, reunidas
posteriormente sob a forma de livros.

PRINCIPAIS OBRAS
Romance
Amar, Verbo Intransitivo (1927); Macunaíma (1928).
Contos
Primeiro Andar (1926); Belasarte (1934); Contos Novos (1947).
Crônicas
Os filhos da Candinha (1943).
Ensaios
A Escrava que não é Isaura (1925); O Aleijadinho de Álvares de
Azevedo (1935); O Movimento Modernista (1942); O Baile das
Quatro Artes (1943); O Empalhador de Passarinhos (1944); O
Banquete (1978).
Poesia
Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917); Paulicéia Desvairada
(1922); Losango Cáqui (1926); Clã do Jabuti (1927); Remate de
Males (1930); Poesias (1941); Lira Paulistana (1946); O Carro da
Miséria (1946); Poesias Completas (1955).

Eu Sou
Trezentos...
Mário Raul de Morais Andrade
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, ôh! Pirineus! ôh caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!
Abraço no meu leito as milhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.

Tristura
Mário Raul de Morais Andrade
“Une rose
dans les ténèbres” - Mallaemé
Profundo. Imundo meu coração...
Olha o edifício: Matadouros da Continental.
Os vícios viciaram-me na bajulação sem sacrifícios...
Minha alma corcunda como a avenida São João...
E dizem que os polichinelos são alegres!
Eu nunca em guizos nos meus interiores arlequinais!...
Paulicéias, minha noiva... Há matrimônios assim...
Ninguém os assistirá nos jamais!
As permanências de ser um na febre!
Nunca nos encontramos...
Mas há rendez-vous na meia-noite do Armenonville...
E tivemos uma filha, uma só...
Batismos do sr. cura Bruma;
água-benta das garoas monótonas...
Registrei-a no cartório da Consolação...
Chamei-a Solitude das Plebes...
Pobres cabelos cortados da nossa monja!

Ode ao Burguês
Mário Raul de Morais Andrade
Eu insulto o burgês! O burguês-níquel,
o burguês-burguês!
A digestão bem feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas!
os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros!
que vivem dentro de muros sem pulos,
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os "Printemps" com as unhas!
Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
o êxtase fará sempre Sol!
Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais
Morte ao burguês-mensal!
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano!
"_ Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
_ Um colar... _ Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!"
Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante!
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burguês!...

O Domador
Mário Raul de Morais Andrade
Alturas da Avenida. Bonde 3.
Asfaltos. Vastos, altos repuxos de poeira
sob o arlequinal do céu oiro-rosa-verde...
As sujidades implexas do urbanismo.
Filés de manuelino. Calvícies de Pensilvânia.
Gritos de goticismo.
Na frente o tram da irrigação,
onde um Sol bruxo se dispersa
num triunfo persa de esmeraldas, topázios e rubis...
Lânguidos boticellis a ler Henry Bordeaux
nas clausuras sem dragões dos torreões...
Mário, paga os duzentos réis.
São cinco no banco: um branco,
um noite, um oiro,
um cinzento de tísica e Mário...
Solicitudes! Solicitudes!
Mas... olhai, oh meus olhos saudosos dos ontens
esse espetáculo encantado da Avenida!
Revivei, oh gaúchos paulistas ancestremente!
e oh cavalos de cólera sangüínea!
Laranja da China, laranja da China, laranja da China!
Abacate, cambucá e tangerina!
Guarda-te! Aos aplausos do esfuziante clown,
heróico sucessor da raça heril dos bandeirantes,
loiramente domando um automóvel!

A Meditação sobre o Tietê
Mário Raul de Morais Andrade
Água do meu Tietê,
Onde me queres levar?
- Rio que entras pela terra
E que me afastas do mar...
É noite. E tudo é noite.
Debaixo do arco admirável
Da Ponte das Bandeiras o rio
Murmura num banzeiro de água pesada e oleosa.
É noite e tudo é noite. Uma ronda de sombras,
Soturnas sombras, enchem de noite de tão vasta
O peito do rio, que é como si a noite fosse água,
Água noturna, noite líquida, afogando de apreensões
As altas torres do meu coração exausto. De repente
O ólio das águas recolhe em cheio luzes trêmulas,
É um susto. E num momento o rio
Esplende em luzes inumeráveis, lares, palácios e ruas,
Ruas, ruas, por onde os dinossauros caxingam
Agora, arranha-céus valentes donde saltam
Os bichos blau e os punidores gatos verdes,
Em cânticos, em prazeres, em trabalhos e fábricas,
Luzes e glória. É a cidade... É a emaranhada forma
Humana corrupta da vida que muge e se aplaude.
E se aclama e se falsifica e se esconde. E deslumbra.
Mas é um momento só. Logo o rio escurece de novo,
Está negro. As águas oliosas e pesadas se aplacam
Num gemido. Flor. Tristeza que timbra um caminho de morte.
É noite. E tudo é noite. E o meu coração devastado
É um rumor de germes insalubres pela noite insone e humana.
Meu rio, meu Tietê, onde me levas?
Sarcástico rio que contradizes o curso das águas
E te afastas do mar e te adentras na terra dos homens,
Onde me queres levar?...
Por que me proíbes assim praias e mar, por que
Me impedes a fama das tempestades do Atlântico
E os lindos versos que falam em partir e nunca mais voltar?
Rio que fazes terra, húmus da terra, bicho da terra,
Me induzindo com a tua insistência turrona paulista
Para as tempestades humanas da vida, rio, meu rio!...
Já nada me amarga mais a recusa da vitória
Do indivíduo, e de me sentir feliz em mim.
Eu mesmo desisti dessa felicidade deslumbrante,
E fui por tuas águas levado,
A me reconciliar com a dor humana pertinaz,
E a me purificar no barro dos sofrimentos dos homens.
Eu que decido. E eu mesmo me reconstituí árduo na dor
Por minhas mãos, por minhas desvividas mãos, por
Estas minhas próprias mãos que me traem,
Me desgastaram e me dispersaram por todos os descaminhos,
Fazendo de mim uma trama onde a aranha insaciada
Se perdeu em cisco e polem, cadáveres e verdades e ilusões.
Mas porém, rio, meu rio, de cujas águas eu nasci,
Eu nem tenho direito mais de ser melancólico e frágil,
Nem de me estrelar nas volúpias inúteis da lágrima!
Eu me reverto às tuas águas espessas de infâmias,
Oliosas, eu, voluntariamente, sofregamente, sujado
De infâmias, egoísmos e traições. E as minhas vozes,
Perdidas do seu tenor, rosnam pesadas e oliosas,
Varando terra adentro no espanto dos mil futuros,
À espera angustiada do ponto. Não do meu ponto final!
Eu desisiti! Mas do ponto entre as águas e a noite,
Daquele ponto leal à terrestre pergunta do homem,
De que o homem há de nascer.
Eu vejo; não é por mim, o meu verso tomando
As cordas oscilantes da serpente, rio.
Toda a graça, todo o prazer da vida se acabou.
Nas tuas águas eu contemplo o Boi Paciência
Se afogando, que o peito das águas tudo soverteu.
Contágios, tradições, brancuras e notícias,
Mudo, esquivo, dentro da noite, o peito das águas,
fechado, mudo,
Mudo e vivo, no despeito estrídulo que me fustiga e devora.
Destino, predestinações... meu destino. Estas águas
Do meu Tietê são abjetas e barrentas,
Dão febre, dão morte decerto, e dão garças e antíteses.
Nem as ondas das suas praias cantam, e no fundo
Das manhãs elas dão gargalhadas frenéticas,
Silvos de tocaias e lamurientos jacarés.
Isto não são águas que se beba, conhecido, isto são
Águas do vício da terra. Os jabirus e os socós
Gargalham depois morrem. E as antas e os bandeirantes e os
ingás,
Depois morrem. Sobra não. Nem siquer o Boi Paciência
Se muda não. Vai tudo ficar na mesma, mas vai!... e os corpos
Podres envenenam estas águas completas no bem e no mal.
Isto não são águas que se beba, conhecido! Estas águas
São malditas e dão morte, eu descobri! e é por isso
Que elas se afastam dos oceanos e induzem à terra dos homens,
Paspalhonas. Isto não são água que se beba, eu descobri!
E o meu peito das águas se esborrifa, ventarrão vem, se encapela
Engruvinhado de dor que não se suporta mais.
Me sinto o pai Tietê! ôh força dos meus sovacos!
Cio de amor que me impede, que destrói e fecunda!
Nordeste de impaciente amor sem metáforas,
Que se horroriza e enraivece de sentir-se
Demagogicamente tão sozinho! Ô força!
Incêndio de amor estrondante, enchente magnânima que me inunda,
Me alarma e me destroça, inerme por sentir-me
Demagogicamente tão só!
...............................
...............................
Na noite. E tudo é noite. Rio, o que eu posso fazer!...
Rio, meu rio... mas porém há-de haver com certeza
Outra vida melhor do outro lado de lá
Da serra! E hei-de guardar silêncio
Deste amor mais perfeito do que os homens?...
Estou pequeno, inútil, bicho da terra, derrotado.
No entanto eu sou maior... Eu sinto uma grandeza infatigável!
Eu sou maior que os vermes e todos os animais.
E todos os vegetais. E os vulcões vivos e os oceanos,
Maior... Maior que a multidão do rio acorrentado,
Maior que a estrela, maior que os adjetivos,
Sou homem! vencedor das mortes, bem nascido além dos dias,
Transfigurado além das profecias!
Eu recuso a paciência, o boi morreu, eu recuso a esperança.
Eu me acho tão cansado em meu furor.
As águas apenas murmuram hostis, água vil mas turrona paulista
Que sobe e se espraia, levando as auroras represadas
Para o peito dos sofrimentos dos homens.
... e tudo é noite. Sob o arco admirável
Da Ponte das Bandeiras, morta, dissoluta, fraca,
Uma lágrima apenas, uma lágrima,
Eu sigo alga escusa nas águas do meu Tietê.
30/11/1944 a 12/2/1945
Saiba mais no
link:
http://www.releituras.com/marioandrade_bio.asp

Música:
Sonata Claro de Luna, de Beethoven

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